Gunther neste artigo aborda os aspetos positivos e negativos a ter em conta na investigação qualitativa e quantitativa. Debruça-se sobre a complexidade que envolve mais concretamente a pesquisa qualitativa no que concerne às suas características, à recolha e análise de dados.
O artigo funciona como "ponte" entre pesquisa qualitativa e quantitativa, permitindo um percurso entre os dois sem oposições. Cita grande abundãncia de fontes para os mais diversos problema. Funciona em aberto, o que é louvável em termos educativos e como ponto de partida para pesquisa pessoal. Inclui um anexo com mais fontes. Recomendo especialmente a leitura da secção "Pesquisa Qualitativa: Delineamento, Coleta, Transcrição e Análise de Dados" (pp. 204-206) e incluo aqui uma citação ilustradora de objectivo que reputo de interessante (p. 207):
"Enquanto participante do processo de construção de conhecimento, idealmente, o pesquisador não deveria es- colher entre um método ou outro, mas utilizar as várias abordagens, qualitativas e quantitativas que se adequam à sua questão de pesquisa. Do ponto de vista prático existem razões de ordens diversas que podem induzir um pesquisador a escolher uma abordagem, ou outra."
Investigação com uma abordagem metodológica mista: quais as suas potencialidades e limites? Os investigadores Shaffer e Serlin descrevem como é que um inquérito quantitativa permite um estudo qualitativo e como é que um inquérito qualitativo pode fornecer elementos para um estudo quantitativo. Recolha de dados associados às duas formas de inquérito. Quais os pressupostos teóricos, qual a validade e a fiabilidade de uma investigação?
"Uma pesquisa é sempre, de alguma forma, um relato de longa viagem empreendida por um sujeito cujo olhar vasculha lugares muitas vezes já visitados." É desta forma que a autora inicia o seu artigo que tem como objectivo contribuir para o debate relativo à metodologia quantitativa no campo educacional que se direcciona num posicionamento que identifica as dificuldades mais frequentemente enfrentadas por pesquisadores em trabalhos de campo, no que se refere ao uso desta metodologia [de base qualitativa], como:
- Delimitação do universo de pesquisa;
- Definição de critérios para a selecção dos sujeitos a serem entrevistados;
- Elaboração de roteiros de entrevistas e sua realização;
- Organização e análise de dados qualitativos, entre outros, visando contribuir.
O texto é muito esquemático e menos narrativo, o que o torna atípico neste meio. Esse pendor esquemático torna-o muito directivo e quase faz surgir a abordagem como puramente quantitativa, não deixando muito lugar a variáveis menos definidas. Seguir a totalidade dos conselhos, que são bons, arrisca revelar-se como um trabalho infinito. A figura (esquema) final constitui um bom resumo (pp. 33-34).
De acordo com o autor, os dados relativos ao paradigma qualitativo ou quantitativo poderão ser recolhidos com claras vantagens, no processo de resolução do mesmo problema. Embora predomine a investigação quantitativa os métodos da investigação qualitativa constituem uma resposta às limitações do método quantitativo.
Notas sobre os paradigmas da investigação em Educação, de Domingos Fernandes
.A investigação quantittiva parce ser dominante nas investigações sobre educação, mas são as metodologias qualitativas que dão resposta às lacunas e insuficiências que os estudos estatísticos e métricos não conseguem superar. Mas cuidado: é uma ilusão pensar que uma ou outra resolvem todos os problemas!
Para esta problemática, acho mais completo o estudo de CPCoutinho referido pelo Rui Páscoa: A qualidade da investigação educativa de natureza qualitativa: questões relativas à fidelidade e validade (http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/7884)
Clara Coutinho, Aspectos Metodológicos da Invetsigação em Tecnologia Educativa em Portugal
Tendências pluri-metodológicas na investigação educativa: investigação quantitativa, investigação qualitativa e investigações mistas. Superação da dicotomia explicação/compreensão , objetivivismo/ subjetivismo
Para além de um resumo de argumentação sobre as diferentes classes de estudos, fornece dados quantitativos sobre a evolução da sua utilização ao longo de um periodo de tempo (1985-2000)