Educação sexual fora da maioria dos currículos - 0 views
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Rede Histórica - on 18 Jan 10"Governo prepara para breve regulamentação da legislação em vigor. A maioria das escolas não está a aplicar a nova Lei de Educação Sexual aprovada em Agosto por falta de regulamentação. Segundo o JN apurou, o assunto será levado brevemente a Conselho de Ministros para permitir que a sua aplicação seja generalizada. A nova lei de Educação Sexual foi publicada no Diário da República de 6 de Agosto. A pretensão da anterior equipa ministerial era que a legislação fosse aplicada este ano lectivo, mas a maioria das escolas não avançaram com a reforma por faltar a regulamentação, que deveria ter sido aprovada, de acordo com o prazo definido no diploma, até Novembro. Regra geral a matéria continua a ser leccionada graças à iniciativa dos estabelecimentos. O diploma (lei nº60/2009) estabelece que as orientações curriculares - que passarão a ser leccionadas do 1º ciclo ao secundário - têm de ser definidas pelo Governo. "Portugal é o país das boas leis mas infelizmente não das boas práticas", afirmou ao JN Margarida Gaspar de Matos, que integrou o Grupo de Trabalho para a Educação Sexual (GTES), coordenado por Daniel Sampaio e cujo relatório final deu origem ao diploma legal. Margarida Gaspar de Matos é docente da Faculdade de Motricidade Humana (FMH), da Universidade Técnica de Lisboa, e responsável pela cadeira de Educação para a Saúde - a disciplina, sublinha, é leccionada aos professores em formação "com uma grande carga horária". O relatório do GTES, recorde-se, defendia que essa matéria (Educação para a Saúde, onde está incluída a Educação Sexual) terá de passar a constar dos currículos dos cursos de Ciências da Educação, no ensino superior. Só assim "dentro de poucos anos todos os novos professores terão formação nesta área". Gaspar de Matos manifesta-se convicta de que a maioria das instituições responsáveis pela formação dos docentes passará a incluir a disciplina nos seus currículos.