Com a greve dos correios, lembrei-me dos tempos de fundação do PT, quando um núcleo do partido funcionava na minha casa.
O carteiro da região me entregava a correspondência do partido todo animado e se revelou um petista dos mais militantes. Não tinha muito tempo para conversar com a gente no horário de trabalho, mas sempre pedia e dava notícias e inspirava muito otimismo. Eu o encontrava nas manifestações que ocorriam aos domingos e, aí sim, conversávamos.
Estávamos numa ditadura agonizante e o carteiro achava que com democracia tudo haveria de melhorar. Com o PT defendendo os trabalhadores, melhor ainda. Seria o fim dos tempos em que as correções salariais, por exemplo, eram baixadas por decreto, sem chance de negociação.