"Comuns": novo projeto para a revolução? - 0 views
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Ihering Alcoforado on 09 Nov 11"Comuns": novo projeto para a revolução? BY ADMIN - 16/08/2011 POSTED IN: POSTS 1 Por Ed Emery*, na edição inglesa do Le Monde Diplomatique | Tradução: Vila Vudu Quando Toni Negri, agora aos 78 anos, escreve e fala, há sempre algum latim na sua fala profunda, mas o discurso é claro, disciplinado, lúcido e prazeroso. É como um abraço viril, muscular e poderoso, como tudo que sua formidável inteligência produz. Precisamos muito desse tipo de pensamento, porque os modelos esquerdistas do passado já não funcionam e algo novo tinha, sim, de ser inventado. Seu livro Império não sai das listas de mais vendidos nos EUA, mas Negri não tem partido, nem organização, nem legiões de seguidores. Diz ele: "Sinto-me um pouco isolado, porque sou e sempre fui extremista. Quem queira fazer carreira, ou manter relacionamento 'estável' com o mundo da política ordinária evita envolver-se comigo." Seu trabalho é teorizar as práticas passadas e as possibilidades futuras da revolução. Já há mais de vinte anos, escreve que as "classes" deram lugar à "multidão" como conceito e termo analítico. Seus adversários e detratores dizem que as massas não estão nas ruas, nas barricadas, aos gritos de "Somos a multidão". A Primavera Árabe pareceu bom momento para visitar Negri, uma vez que o que se vê nas principais praças de várias capitais em torno do Mediterrâneo é bem semelhante à multidão em ação, o que Negri disse em inúmeros artigos para vários jornais. Conversar com ele é diferente de ler o que ele escreve, sobretudo no meu caso, que traduzo seus escritos para o inglês. Num trem para Veneza, no trevo ferroviário de Mestre, esse espaço paradisíaco de terra, vento e água, dou-me conta de que já fazem 40 anos que traduzo o que o Negri escreve. Vejo-me outra vez em Londres, no início dos anos 1970, ambos ativistas recém-saídos da universidade, vivendo numa comuna frequentemente visitada pela polícia. Tính