Na História do Brasil existem acontecimentos surpreendentes, mas infelizmente pouco conhecidos do grande público. Um deles é o sequestro do Embaixador Suíço, que foi trocado por 70 prisioneiros que estavam sendo torturados nos porões da ditadura militar. Esta ação foi liderada por Carlos Lamarca da VPR - Vanguarda Popular Revolucionária. Durante 40 dias angustiantes os guerrilheiros mantiveram o embaixador Giovanni Enrico Bucher em cativeiro, aguardando a resposta dos militares. Dentro do "aparelho" clandestino também estavam a mulher de Lamarca: Yara Iavelberg e Alfredo Sirkis. É ele quem narra essa emocionante história no livro Os Carbonários.
Reproduzo hoje mais um trecho do livro Os Carbonários: memórias da guerrilha perdida de Alfredo Sirkis. Anteriormente publiquei o trecho em que Sirkis descrevia sua participação no sequestro do embaixador alemão. Este post é de um momento anterior quando ele ainda era um estudante secundarista. Ele conta com detalhes como eram os conflitos entre os estudantes que protestavam contra a ditadura e a polícia nas ruas do Rio de Janeiro.
Bacuri (codinome Rafael) era um dos guerrilheiros mais "façanhudos", chegando inclusive à passar por um barreira policial abrindo caminho à bala. Foi um dos militantes que participaram do sequestro do embaixador alemão. Sua morte na tortura foi uma das mais cruéis e se tornou símbolo do terror da repressão militar. Nesse trecho do livro Viagem à Luta Armada Carlos Eugênio Paz conta como Bacuri, através de telefonemas ameaçadores para o DOICODI, conseguiu libertar sua mulher Letícia, que estava grávida. Que as novas gerações conheçam a história de Eduardo Colem Leite, o Bacuri.